O sapo abraçado a uma garrafa de cerveja
Como Derrotar Trump e Outros Ensaios por Slavoj Žižek
Classificação: 3 em 5
Slavoj Zizek é um (re)conhecido ensaísta com uma prosa multifacetada e erudita. Filósofo e psicanalista, este autor é considerado como um dos mais heterodoxos e estimulantes pensadores da atualidade. “Lacrimae Rerum”, editado em 2008 pela Orfeu Negro, é outro exemplo da sua diversidade, juntando ensaios sobre Cinema.
Na coleção de textos “Como derrotar Trump…”, Zizek apresenta-nos diversas teorias – bem fundamentadas do ponto de vista teórico e filosófico – sobre temas candentes da atualidade. De Trump ao sexo, da inteligência artificial ao maio de 68.
Curiosa a análise política a dois filmes: “Black Panther” e “Blade Runner 2049”. A nossa visão destes dois filmes não voltará a ser a mesma após a leitura destes ensaios de Zizek.
Recomendo a sua leitura a quem gosta de pensar pela sua própria cabeça e aprecia teorias assentes em bases sólidas e excelentemente justificadas. No entanto, as interligações de alguns dos ensaios poderão parecer demasiado rebuscadas ou de leitura mais difícil. Nada que uma segunda tentativa não resolva.
Nota: o “sapo” do título é uma hilariante parábola que principia num anúncio televisivo e termina em Donald Trump. A não perder a sua leitura.
Título: Como derrotar Trump e outros ensaios
Autor: Slavoj Zizek
Editora: Relógio D’Água
Ano de publicação: 2018
Nº de páginas: 140
View all my reviews at Good Reads
Marketing e Internacionalização entre as atividades a contratar em 2019
As profissões de Diretor de Marketing e Diretor de Exportação estão entre as 20 que irão ser mais procuradas em 2019, segundo os líderes de duas das empresas multinacionais presentes em Portugal, como divulga um artigo do jornal Expresso, na sua versão diária (acesso condicionado). Paula Baptista e Álvaro Fernandéz, respetivamente da Hays e da Michael Page, antecipam grande agitação no mercado de trabalho durante o próximo ano. Muitos portugueses poderão, inclusive, regressar do estrangeiro aumentando a concorrência face aos ativos que ficaram, bem como irão exercer maior pressão sobre os salários.
Várias funções relacionadas com o Marketing, a gestão de contas e a estratégia de exportação incluem-se nas que as empresas vão contratar durante 2019, sobretudo em áreas de negócio relacionadas com a transformação digital.
Empresas necessitam de Capital Humano
Esta tendência está em linha com as dificuldades que têm vindo a ser registadas em muitas micro e pequenas empresas. Contudo, a diferença para as organizações de maior dimensão prende-se com a falta de capacidade financeira daquelas para contratar profissionais qualificados.
As empresas necessitam, cada vez mais, de trabalhadores com qualificações específicas e dinâmicas para conseguir face aos novos desafios que surgem todos os dias. O programa Norte 2020 até abriu um concurso para a contratação de mestres, doutorados e pós-doutorados, com valor mínimo de salário de 1 500,00 € e máximo de 3 209,67 €, financiados a 50% durante 36 meses. No entanto, o modelo de negócio seguido pela maioria das micro e pequenas empresas, assente nos preços baixos, não permite a criação de valor necessária ao investimento e ao crescimento sustentado.
Invista em Capital Humano: o seu negócio agradece
Nestas situações, a solução encontrada pela maioria destas empresas tem passado pela contratação de serviços externos, sobretudo na área do marketing digital e da consultoria de gestão. Estas lacunas são, desta forma, suprimidas a um mais baixo custo ainda que com algum prejuízo da dinâmica empresarial própria de quem está na empresa todos os dias.
Se a sua empresa está a crescer e os mercados externos são uma preocupação ou irão começar a ser, esteja atento ao talento dentro e fora da sua organização. Investir em Capital Humano é dos melhores investimentos que poderá efetuar.
3 grandes diferenças entre Marketing Tradicional e Marketing Digital
O Marketing Digital deve ser encarado como uma extensão da estratégia de Marketing tradicional, devidamente adaptado às características da Internet. Marketing é a arte de criar e entregar valor para satisfazer as necessidades de uma determinada faixa de mercado, com lucro, como defende Kotler (2012). Para se delinear uma estratégia adequada é preciso estudar muito bem o mercado de atuação, o potencial da organização e os atributos e benefícios do produto ou serviço. Tal como no “mundo real”, no Digital os produtos e serviços são promovidos, comprados, distribuídos e atendidos. Ao transpor a estratégia de marketing para o mundo digital, encontramos quatro grandes diferenças que importa conhecer e dominar.
Segmentação
Sendo determinante para qualquer estratégia de Marketing, a segmentação representa a capacidade da organização em conhecer bem o seu público-alvo. Nesse sentido, agrupam-se os consumidores e potenciais consumidores através de características homogéneas. Estas devem ir muito para além das variáveis demográficas tradicionais e concentrar-se mais nos elementos psicológicos.
No Marketing Digital a informação disponível é imensa e, com poucos cliques ou com o recurso a ferramentas específicas, conseguem-se saber os gostos, os hábitos e as tendências de consumo do público-alvo. Ou seja, a grande diferença para o Marketing tradicional reside na capacidade do Digital permitir uma segmentação muito mais precisa e a um custo muito inferior.
Mensurabilidade
A capacidade em medir o impacto das campanhas e da estratégia de Marketing é fundamental para o sucesso do negócio. O Marketing Digital beneficia por atuar num ambiente que é, pela sua natureza, quase completamente mensurável. E as métricas, vulgo KPI – Key Performance Indicators (Indicadores-chave de Desempenho) – permitem à organização analisar o impacto das ações e o alcance dos alvos de Marketing. Com base nessa informação, é possível modificar a campanha e/ou a estratégia para introduzir correções, quase ao minuto.
Relação de Valor
As marcas acrescentam valor aos produtos e serviços, o qual é entregue ao consumidor. Na Internet a situação é idêntica, ainda que a grande diferença resulte da natureza desmaterializada do mundo digital. Aqui a marca acrescenta valor na forma de Tempo – convém não esquecer que, na Internet, é necessário disputar a atenção do consumidor com milhões de outras ofertas – procurando satisfazer as necessidades do cliente rapidamente ou evitando uma deslocação a uma loja física. O consumidor também obtém, através do Digital, uma atenção muito especial – One to One – pelo que a interação deve, igualmente, ocorrer de forma célere e personalizada. Finalmente, o consumidor beneficia de apoio técnico ou comercial mais completo, o qual pode ser disponibilizado na forma de suporte online, vídeos explicativos, fóruns de consumidores, testes comparativos, recensões críticas e outros. O valor apreendido pelo consumidor é servido, habitualmente, na forma de entretenimento, educação ou utilidade, dependendo da necessidade e das características do consumidor.
Estas pequenas e quase subtis diferenças entre Marketing Tradicional e Marketing Digital permitem às organizações obter mais informação do consumidor e, em simultâneo, oferecer mais valor na oferta disponibilizada online.
Como construir uma estratégia de comunicação vencedora?
Um produto para ser comprado – devendo a organização evitar a tentação de o procurar vender – passa, habitualmente, por várias fases. Este processo é construído do fim para o início. Deixo-vos um pequeno exercício que pode ajudar na definição da melhor estratégia de comunicação de marketing.
Assim, tendo sempre em mente o consumidor do produto, colocam-se as seguintes questões:
1 – Quais as razões para a escolha do produto?
As escolhas do consumidor são, por norma, irracionais e emotivas. Ao optar por um produto em detrimento de outro, fez-se uma escolha com base em critérios subconscientes. Quais?
2 – O que é necessário para despertar o desejo no consumidor em relação ao produto?
Ao descobrirem-se os critérios afetivos, podemos trabalhar as variáveis que induzam o desejo de posse?
3 – De que forma é possível estabelecer empatia entre o consumidor e o produto?
Quando um produto desperta o desejo, este resulta de uma grande empatia com a marca. E a empatia deriva do facto do produto ser valorizado pelo consumidor por ter superado as suas expectativas.
4 – Quais as expectativas do consumidor e de que forma podemos superá-las?
Se o produto corresponde ao que é esperado pelo consumidor e consegue ir ainda mais longe, é necessário saber quais os benefícios desejados e como poderemos proporcionar uma oferta ainda melhor.
5 – Quais os benefícios que o consumidor reconhece ao produto?
Mais do que as características inerentes ao produto, o consumidor valoriza e é estimulado pelos seus benefícios. Quais são aqueles aos quais o consumidor atribui maior importância?
6 – Como devemos comunicar os benefícios do produto?
Conhecendo os atributos do produto mais relevantes para o consumidor, a organização deve procurar comunicá-los da melhor forma junto do potencial consumidor.
No final, obtemos uma estratégia para chegarmos até ao nosso consumidor. Se esta for bem construída, assente em conteúdos adequados e facilitando o estabelecimento de um relacionamento sólido e duradouro, teremos conquistado um cliente.
Para quê saber as necessidades do consumidor?
Os consumidores são preciosos, seja qual for o negócio. Manter um cliente é muito mais económico do que conquistar um novo. Daí que estudar os clientes é fundamental, nomeadamente quais as variáveis que explicam o comportamento dos consumidores.
Estas podem ser de natureza individual, permanente ou sociológicas e psicossociológicas. As últimas são pacificamente aceites, por se referirem a características resultantes de comportamentos do consumidor associados ao grupo a que pertence, à classe social em que se integra, à cultura em que nasceu ou cresceu ou ao estádio do ciclo familiar. Já as primeiras costumam gerar maior controvérsia.
Como se pode saber as necessidades de um consumidor? Ou, pelo contrário, é obvio que um consumidor adquire um sabonete para lavar as mãos. Sim, é verdade, mas porque razão escolheu a marca A e não a marca B? Qual foi a necessidade que procurou satisfazer? Qual a motivação do consumidor para escolher aquele produto em concreto? Qual a atitude perante a marca?
Estas são questões cujas respostas podem representar muito valor ao produto comercializado. Quando a empresa domina as variáveis explicativas individuais do consumidor consegue aperfeiçoar o produto à imagem do cliente.
A construção da oferta ao mercado faz-se, então, em função da resposta às necessidades, motivações e/ou atitudes do consumidor, numa perfeita simbiose que fará com que este reconheça o valor acrescentado do produto.
As marcas, para fidelizarem os consumidores, devem conseguir responder aos problemas apresentados, sendo o produto comercializado a solução para as necessidades do cliente.