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Marketing para a Economia Azul – uma oportunidade para investir no Oceano

Portugal olha de frente para o mar há, pelo menos oito séculos. O potencial económico é gigantesco, mas frequentemente é negligenciado. Importa centrar as atenções nos inúmeros negócios que o mar pode potenciar, da pesca ao turismo, da energia à biodiversidade.

A pensar na grande área económica que o mar português representa, a Escola Superior de Ciências Empresariais do Politécnico de Viana do Castelo lança uma pós-graduação para formar profissionais de marketing focados na Economia Azul.

A pós-graduação em Marketing para a Economia Azul, desenvolvida no âmbito do PRR-BDA, tem como objetivo oferecer formação especializada na área do marketing para todas as organizações que se relacionem com a Economia Azul. O curso destina-se a licenciados, com experiência profissional, que tenham como objetivo vir a exercer funções nesta área ou que, trabalhando já na área, queiram aprimorar os conhecimentos, podendo assim ser capazes de satisfazer de forma esclarecida as necessidades, desafios e oportunidades empresariais e políticas, bem como a futuros empreendedores nesta área profissional e de conhecimento. Tendo a Organização das Nações Unidas decidido dedicar esta década ao estudo dos oceanos, é fundamental que exista formação de nível superior que contribua significativamente para este esforço internacional de conhecimento dos mares e da Economia Azul. Nesse sentido, a presente pós-graduação encontra-se alinhada na política de Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030 da Direção Geral de Política do Mar da República Portuguesa.

A Escola Superior de Ciências Empresariais do Politécnico de Viana do Castelo, com uma oferta consolidada de formação especializada na área do marketing e das ciências empresariais, criou esta pós-graduação de forma a suprir as necessidades das organizações ligadas a este setor de atividade, reconhecendo a sua atualidade, pertinência e importância estratégica no contexto nacional e até internacional das questões relacionadas com a água e tudo o que com ela se relaciona (Economia Azul).

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Promover um negócio através de um Podcast

O podcast pode ser uma poderosa ferramenta de comunicação e marketing para impulsionar a atividade comercial de uma empresa.

Os podcasts são um formato áudio nascido nos anos 2000. A expressão, cunhada pelo jornalista britânico Ben Hammersley num artigo publicado no jornal “The Guardian”, em 2004, combina as palavras iPod (um dispositivo para audição de música criado pela Apple) e broadcast, que significa transmissão, em inglês.

A popularidade do podcast só ocorreu a partir de 2014, com o programa “Serial”, que narrava histórias de crimes através de uma narrativa de investigação detectivesca, que atraiu milhões de seguidores em todo o mundo. Atualmente, estações de rádio e televisão promovem os seus conteúdos neste formato, com especial destaque para a rádio Observador, que se notabilizou nesta área e distribui todos os seus programas, de forma gratuita, neste formato.

De fácil acesso – basta ter no smartphone uma das aplicações disponíveis: dos conhecidos Apple Podcasts, Spotify, Google Podcasts e Amazon Music a agregadores menos populares, como Overcast, SoundCloud ou Deezer – quase sempre gratuitos, é um formato de comunicação extremamente versátil e eficaz. Mais recentemente, alguns produtores adicionaram vídeo ao podcast, permitindo um novo alcance do produto. O podcasting continua a crescer e evoluir, com mais pessoas em todo o mundo a criar e consumir conteúdos em formato de áudio.

A criação de um podcast é fácil, desde que se sigam alguns passos:

1 – Em primeiro lugar, é imprescindível identificar o objetivo do podcast. Educação, entretenimento, informação ou ajudar a vender um produto ou serviço? A definição do objetivo vai determinar o resto do modelo a seguir;

2 – Seguidamente, identificar o público-alvo. Para quem se vai comunicar? Conhecer a audiência vai permitir desenvolver os melhores conteúdos, ajustados aos potenciais interessados, uma vez que se procurará satisfazer uma necessidade específica;

3 – Planear os episódios é, depois, fundamental para assegurar-se a cadência e a continuidade do projeto. Planear os episódios com antecedência permite endereçar os convites aos convidados com tempo, preparar os temas e os textos para cada edição.

4 – Possuir o equipamento adequado. Ainda que seja possível, sem grande dificuldade, criar um podcast com um smartphone e um microfone, compensa investir em equipamentos de melhor qualidade, sobretudo no que aos microfones diz respeito. Se vai adicionar vídeo ao podcast, então adquirir uma boa câmara fotográfica que filme em 4k é uma obrigação.

5 – A produção, pós-produção e edição dos episódios, sobretudo se não optar pelo conceito ao vivo, cuja gravação decorre em tempo real, implica a utilização de programas informáticos especializados. Felizmente, existem alternativas gratuitas, sendo as mais conhecidas o Audacity, apenas para som, e o Clipchamp, se quiser adicionar vídeo. Soluções mais completas, incluem o Riverside ou o CleanFeed. Ambas possuem versões gratuitas, embora com limitações significativas.

6 – Finalmente, chegou a hora de distribuir o episódio. Existem várias plataformas gratuitas que efetuam esta tarefa, sendo atualmente uma das melhores o Spotify for Podcasters, anteriormente conhecido por Anchor, já que num único local assegura-se a distribuição do podcast por todas as outras plataformas.

7 – Agora que o podcast está disponível, importa realizar uma campanha de comunicação para promover o conteúdo. O site, as redes sociais, de forma orgânica ou paga, devem ser utilizados de modo consistente e regular, para aumentar o envolvimento, a subscrição do podaste e a audição dos episódios.

8 – Analisar as métricas, o feedback dos ouvintes e o impacto do podcast é essencial para melhorar os conteúdos, a produção ou a regularidade da sua disponibilização. A audiência é quem vai ditar o sucesso ou insucesso do formato.

Criar um podcast pode, assim, ser uma excelente opção para PME com dificuldades em atingir os seus públicos-alvo, sendo um formato de comunicação barato e de grande impacto.

 

 

Foto de Will Francis na Unsplash

Aumentar a competitividade através dos estudos de mercado

Atualmente, as pequenas e médias empresas (PME) enfrentam ambientes de negócios altamente competitivos e desafiadores. Para sobreviver e prosperar nestes cenários, é essencial que as PME compreendam as necessidades, preferências e comportamentos dos consumidores. E é aí que entram os estudos de mercado. Uma ferramenta cada vez mais acessível, com um potencial gigantesco de contribuição para melhores decisões de gestão e marketing.

Os estudos de mercado, quando bem executados, fornecem informações muito valiosas sobre o mercado-alvo de uma PME. Ajudam as empresas a entender o perfil do cliente, a identificar as necessidades do mercado e a analisar a concorrência. Ao realizar estudos de mercado adequados, as PME podem tomar decisões estratégicas sustentadas em dados sólidos, minimizando os riscos e maximizando as oportunidades.

Uma das principais vantagens dos estudos de mercado é que estes ajudam as PME a conhecerem melhor o seu público-alvo. Ao compreender os desejos, necessidades e preferências dos consumidores, as empresas podem adaptar os seus produtos, os serviços e as estratégias de marketing de forma muito mais eficaz. Isso resulta na maior satisfação do cliente, na sua fidelização e, consequentemente, num aumento das vendas e dos lucros.

Por outro lado, os estudos de mercado permitem que as PME identifiquem tendências e mudanças subtis no mercado. Isso é fundamental para que as empresas se mantenham atualizadas e se adaptem rapidamente às novas necessidades dos consumidores. Por exemplo, se uma empresa de vestuário descobre que os consumidores estão cada vez mais interessados em roupas sustentáveis, é possível pode ajustar a produção e as estratégias de marketing para responder a essa procura crescente.

Os estudos de mercado também ajudam as PME a avaliarem a concorrência de forma mais precisa. Ao analisar o posicionamento, os preços, os produtos e as estratégias de marketing dos concorrentes, as PME podem identificar oportunidades de diferenciação e desenvolver uma vantagem competitiva. Compreender a concorrência é essencial para garantir que a empresa se destaque num mercado, muitas vezes, demasiado saturado.

Os estudos de mercado são, assim, ferramentas indispensáveis para as PME. Fornecem informações valiosas sobre o mercado-alvo, ajudam a conhecer melhor os clientes, a identificar tendências e mudanças no mercado, bem como a avaliar a concorrência. Com base no conhecimento obtido, as PME podem tomar decisões estratégicas mais informadas, aumentar a sua competitividade e alcançar o sucesso a longo prazo. Portanto, investir em estudos de mercado é essencial para o crescimento e a sobrevivência das PME no atual cenário empresarial.

 

Foto de Stephen Dawson na Unsplash

Transição digital e inovação na agenda do Compete 2030

A transição digital da economia portuguesa e a inovação são os valores mais importantes para a nova fase de candidatura aos fundos europeus. No total, vão estar disponíveis quase 4 mil milhões de euros destinados a “projetos nas áreas da Inovação Produtiva, Qualificação e Internacionalização das PME, Investigação e Desenvolvimento, Transição Climática e Energética e Qualificação dos Recursos Humanos, entre outras”[1], através do Compete 2030.

Estes projetos devem ser, prioritariamente, de PME, embora as grandes empresas também possam beneficiar, desde que as operações sejam financiadas pelo FTJ e aprovadas no âmbito dos Planos Territoriais para uma Transição Justa. A inovação produtiva pode ser expressa por intermédio da criação de um novo estabelecimento, do aumento da capacidade de um estabelecimento já existente, da diversificação da produção ou da alteração fundamental do processo global de produção. São consideradas despesas elegíveis, sobretudo, os ativos corpóreos e incorpóreos ou, em alternativa, custos salariais; a construção de edifícios, obras de remodelação e outras construções (para os setores da indústria e do turismo); a aquisição de material circulante (exclusivamente para o setor do turismo); e a formação dos recursos humanos.

O tecido empresarial deve, assim, começar a preparar-se para esta nova fase de investimento financiado, através de projetos que elevem a capacidade produtiva das empresas, pelo recurso à inovação e apostando na digitalização das atividades. A inovação, de acordo com o Manual de Oslo, pode ser ao nível do produto, do processo, organizacional e de marketing. Já a transição digital contribui para o aumento da produtividade e para a internacionalização dos negócios.

Pelo expresso acima, os setores mais privilegiados no Compete 2030 serão, sem dúvida nenhuma, a indústria e o turismo, especialmente importantes pela sua capacidade de gerar produtos e serviços transacionáveis. Assim, estes apoios europeus poderão contribuir, significativamente, para o aumento da produtividade nacional e gerar balanças comerciais positivas, assim o queiram e ambicionem os empresários portugueses, e o permitam as autoridades avaliadoras dos projetos.

Recorde-se que[2] “os Sistemas de Incentivos, consubstanciando apoios diretos às empresas, constituem uma parte muito relevante dos apoios dos fundos europeus, tendo contribuído para a transformação do tecido produtivo nacional, apoiando a criação de bens e serviços inovadores e de maior valor acrescentado, para a qualificação das empresas, fomentando o investimento em fatores imateriais de competitividade, e para a internacionalização da economia, promovendo as exportações”.

 

 

[1] Compete 2030, in revista Portugal Global, maio 2023, AICEP

[2] Portaria nº 103-A/2023, de 12 de abril

 

 

Foto de Jason Goodman na Unsplash

Estudar Marketing Digital

Marketing e comércio digital para pequenos negócios

 

O Marketing Digital é fundamental para todos os negócios, pela facilidade em chegar-se até aos potenciais clientes e pelo baixo custo dos investimentos nesta área.

Evidentemente, é possível contratar uma empresa ou um profissional especializado em Marketing Digital para realizar todas as tarefas e atividades de contacto e relacionamento com os nossos clientes. No entanto, tal não é necessário. Qualquer pessoa, que conheça e domine os processos inerentes ao seu negócio, pode executar a esmagadora maioria das atividades de Marketing Digital.

Uma das principais estratégias é a de marketing de conteúdos, ou seja, a criação de elementos criativos – textos, imagens, gráficos, vídeos e outros – com caráter de utilidade para o nosso público-alvo. Com alguns conhecimentos básicos e com o recurso a um ou outro serviço externo – às vezes até fornecido por um familiar ou um amigo – qualquer pessoa consegue assegurar as publicações nas principais redes sociais de conteúdos capazes de atrair a atenção dos nossos clientes, despertar-lhes o interesse, provocar o desejo para transformar numa ação que os leve a comprar o nosso produto – modelo AIDA da comunicação.

No entanto, a peça unificadora deve ser a estratégia de marketing, sem a qual, todas as tarefas executadas perdem sentido e geram ineficiências. O segredo de qualquer trabalho de Marketing Digital reside, assim, na definição da melhor estratégia para atingir os objetivos da empresa ou do negócio.

Dado que as micro e pequenas empresas, raramente, possuem profissionais especializados em marketing e estratégia, é fundamental que os seus responsáveis e colaboradores conheçam e dominem as principais ferramentas para saber conduzir os seus negócios na Internet. A formação emerge, deste modo, como a forma mais fácil para se atingir este objetivo, através da criação de valor interno, o qual beneficia a empresa e permite aumentar o potencial retorno do negócio.

Preparei, assim, uma formação destinada a micro e pequenos empresários da região de Amarante, através da Regras e Sugestões, com 100 horas de conhecimento, táticas e ferramentas adequados para lidar com o mundo digital. Inscreva-se, gratuitamente, e fique por dentro de tudo o que precisa de saber para gerar contactos, relacionar-se com os seus clientes e aumentar as vendas online.

Portugal a caminho de ser o país mais pobre da União Europeia?

 

Portugal é o sétimo país mais pobre na União Europeia. Atrás apenas restam Bulgária, Grécia, Eslováquia, Croácia, Letónia e Roménia. E, se nada for feito em breve, até a Roménia irá ultrapassar Portugal em riqueza per capita em paridades de poder de compra. Depois de Portugal ter sido superado por Eslovénia, Malta, Chéquia, Estónia e Lituânia, mais recentemente foi a vez de Polónia e Hungria passarem à frente do nosso país.

Nos últimos 20 anos, a maioria dos países da União melhoraram os seus indicadores, as economias cresceram e os seus habitantes estão mais ricos do que no início do século. No entanto, Portugal, apesar dos milhões de euros diários provenientes dos fundos europeus, continua a divergir da maioria dos países da União.

Quais as razões para que Portugal continue praticamente estagnado, enquanto uma dúzia de países, os quais entraram na União Europeia apenas em 2004 e 2007, conseguiram aproveitar os fundos europeus para introduzir políticas liberais, criar condições adequadas ao crescimento económico e progredir nos principais indicadores de riqueza?

Desde 1986, quando Portugal registou um saldo positivo nas transferências públicas com a União Europeia de 124,5 milhões, e até 2021, quando o saldo ultrapassou os 4 mil milhões de euros, o país teve à sua disposição mais de 78 mil milhões de euros para melhorar a economia nacional. Esforço que não foi suficiente para melhorar a vida dos cidadãos, dos quais cerca de um milhão decidiu encontrar uma nova perspetiva de vida noutro país, nem para ajudar as empresas nacionais a crescer e a poder competir internacionalmente.

O investimento português, público e privado, não tem variado muito desde 1995. O Estado tem alocado entre 3 a 6 mil milhões de euros por ano, enquanto os privados injetaram na economia entre 20 e 42 mil milhões de euros por ano, nos últimos 26 anos.

Vários estudos apontam para a baixa escolaridade dos Portugueses e as baixas qualificações dos trabalhadores nacionais para justificar o melhor desempenho das economias de países que, há poucos anos, obedeciam a regras centralizadas próprias de Estados socialistas. Desde 2000, 70% da população ativa residente tinha frequentado apenas o ensino básico e pouco mais de 9% tinha concluído o ensino superior. Os números estão mais equilibrados 20 anos depois – 35% concluíram o ensino básico, 30,6% o ensino secundário e 33,8% o ensino superior – ainda que continuem distantes dos registados na maioria dos países à frente de Portugal, sendo mesmo o menos educado da União Europeia. Em Portugal, a percentagem de cidadãos com, pelo menos, o ensino secundário é de apenas 55,4%, contra uma média acima de 90% nos países do Leste Europeu.

Trabalhadores mais qualificados ganham mais, têm mais opções profissionais e conseguem sair de situações de crise mais rapidamente do que pessoas com menos formação.

Em 20 anos, Portugal melhorou a situação geral, mas não conseguiu aproximar-se da média europeia em termos de escolaridade e qualificações da sua população ativa. Todos os países que ultrapassaram Portugal tiveram de enfrentar os mesmos problemas do que o nosso país, da crise do subprime, à Covid-19. E todos saíram melhor e mais rapidamente do que Portugal, cuja economia continua a crescer de forma muito anémica, inclusive abaixo da média europeia.

Os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência estão a ser injetados em Portugal. Infelizmente, mais na máquina do Estado do que na economia real e reprodutiva. Ao menos que seja investido no sistema de ensino, na melhoria real das competências e das qualificações dos portugueses, para daqui a 20 anos não estarmos entre os mais pobres dos 34 países que constituirão a União Europeia.

Inovação: de Marshall ao Manual de Oslo

A inovação é um dos grandes temas da atualidade, mas saberemos do que se trata, do que implica e o que envolve?

No final do século XIX, Alfred Marshall publicou, em oito edições, ‘Principles of Economy’, onde distinguia inovação de otimização (Lazonick, 2005). É dele, igualmente, o conceito de que uma empresa desaparece em três gerações: um empreendedor de excelentes qualidades funda uma empresa que alcança o sucesso; a segunda geração toma o controlo do negócio e, por não possuir as características do fundador, faz com que a empresa cresça mais lentamente ou estagne; por fim, a terceira geração perde o contacto com o legado de inovação do fundador e a empresa desaparece perante a concorrência empreendedora (Lazonick, 2005, p. 31).

Joseph Schumpeter, no entanto, é considerado o primeiro economista a destacar a importância da inovação (Rogers, 1998), tendo influenciado as teorias de inovação (OCDE, 2005). Defendeu que o desenvolvimento económico ocorre devido à inovação por intermédio de um processo dinâmico que Schumpeter denominou como «destruição criativa», no qual inovações incrementais contribuem para o processo da mudança (OCDE, 2005, p. 29). Em 1934, Shumpeter propôs cinco tipos de inovação, parte dos quais ainda hoje se mantêm atuais e considerados no Manual de Oslo:

  • introdução de novos produtos;
  • introdução de novos métodos de produção;
  • abertura de novos mercados;
  • desenvolvimento de novas fontes de matéria-prima ou outros;
  • criação de novas estruturas de mercado numa indústria.

 

O Manual de Oslo, recentemente atualizado, é um instrumento publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que oferece as diretrizes para a recolha e interpretação de dados sobre inovação, defende que é «crucial saber porque as empresas inovam» (OCDE, 2005, p. 29) e define inovação como a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, um novo método de marketing ou novas práticas no método organizacional do negócio, na organização do local de trabalho ou nas relações externas (OCDE, 2005, p. 46).

 

Segundo o Manual de Oslo, uma inovação de produto significa a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que diz respeito às suas características ou utilização. Inovação de processo ocorre com a implementação de um método de produção ou de distribuição novo ou significativamente melhorado, como modificações significativas nas técnicas, no equipamento ou no software. Inovação de marketing é a implementação de um novo método de marketing, envolvendo alterações significativas no design de produto ou na embalagem, distribuição, promoção ou preço. Inovação organizacional é a implementação de um novo método de organização das práticas empresariais, do local de trabalho ou das relações externas.

Download disponível AQUI.

 

O investimento no aumento do stock de fatores específicos da empresa – inovação do processo – ou o investimento na criação de um novo stock inicial de fatores específicos da empresa – inovação do produto – são os dois principais tipos de inovação defendidos por Atkeson & Burstein (2010).

Um estudo (Atalay, et al., 2013) realizado junto da indústria de componentes do setor automóvel da Turquia comprovou que, dos quatro tipos de inovação definidos pelo Manual de Oslo, apenas as inovações de produto e de processo aportavam significativo efeito no desempenho das organizações, em consonância com diversos estudos citados pelos autores: Therrien et al., 2011; Gunday et al., 2011; Artz et al., 2010; Cho & Pucik. 2005; Calantone et al., 2002; Robert, 1999; Han et al., 1998; Geroski et al., 1993.

A introdução de novos e melhores produtos é, reconhecidamente, a grande força motriz do desenvolvimento económico das nações «desde os clássicos do pensamento económico à mais recente literatura do crescimento endógeno» (Bratti & Felice, 2012).

Os tipos de inovação podem ser elencados da seguinte forma:

 

Tabela 1 – Classificação da Inovação

Classificação Variável Autores
Inovação de produto

Inovação de processo

Introdução de novos produtos/processos no mercado ou melhoramento dos existentes Abernathy & Utterback (1988); (OCDE, 1992, 1997)
Inovação tecnológica

Inovação social

Modificação no produto/processo ou organização Beije (1998)
Inovação radical

Inovação incremental

Grau de novidade do produto/processo Leifere et al. (2000)
Novo para a empresa

Novo para o mercado

Novidade para a empresa/para o mercado Kemp et al. (2003)

(FONTE: Marques, 2004)

 

Nesta tabela estão definidas as variáveis de inovação por cada classificação e os respetivos autores.

Inovar está, assim, nas mãos daqueles que arriscam, apostam na mudança e revelam-se determinados em trabalhar em prol da criação de valor para as empresas, para a sociedade e para a vida das pessoas.

 

Obras Citadas

Atalay, M., Anafarta, N. & Sarvan, F., 2013. The Relationship between Innovation and Firm Performance: An Empirical Evidence From Turkish Automotive Supplier Industry. Antalya, Elsevier.

Bratti, M. & Felice, G., 2012. Are Exporters More Likely to Introduce Product Innovations?. The World Economy, Volume 35 (11), pp. 1559-1598.

Lazonick, W., 2005. The Innovative Firm. Em: D. C. M. e. R. R. N. Jan Fagerberg, ed. The Oxford Handbook of Innovation. Nova Iorque: Oxford University Press, pp. 29-55.

OCDE, 2005. Oslo Manual – Guidelines for collecting and interpreting innovation data, s.l.: OCDE Publishing.

Rogers, M., 1998. The definition and measurement of innovation, Melbourne: Melbourne Institute of Applied Economy and Social Research – The University of Melbourne.

 

Foto: Joshua Sortino on Unsplash

Aumentar as vendas através do marketing digital

 

O que é isso do marketing digital? De que forma posso aumentar as minhas vendas, identificar novos clientes, desenvolver a notoriedade da marca, do produto ou do serviço, através de um website ou da comunicação através das redes sociais?

Os mais conhecidos youtubers nacionais ganham milhares de euros por mês a produzir vídeos que interessam aos seus seguidores, gerando visualizações que permitem ao Google vender publicidade.

Imagine fazer o mesmo, mas ao serviço da sua empresa, dos seus produtos e dos seus serviços.

Esta estratégia de marketing digital – conhecida como marketing de conteúdo – ajuda as marcas a desenvolver elementos comunicacionais úteis, relevantes e com valor para os consumidores. Ao centrar o foco no consumidor, as marcas atentam nas suas necessidades e na resolução dos problemas do cliente. Os elementos criativos de comunicação podem ser vídeos – um dos formatos mais populares e com impacto junto dos internautas, imagens, gráficos e textos. Cada criativo deve ser cuidadosamente desenvolvido, atendendo aos objetivos da marca, do produto e do serviço, em sintonia com as expectativas do consumidor.

O marketing digital é caro?

Pode ser, mas não é essencial que o seja. Existem imensas ferramentas gratuitas (ou quase) para análise da performance dos websites, como o SEOptimer ou o SEO Site Checkup; para a construção de websites – WordPress, Wix, Mobirise ou BlocsApp; para encontrar a foto perfeita – Unsplash, Pixabay, FreeImages ou Pexels; entre muitas outras ferramentas para tratar as imagens ou o áudio.

Acresce, ainda, que o mais importante no marketing digital é a definição da estratégia, assente no conhecimento que o empreendedor tem do seu negócio, no diagnóstico à empresa, na análise do mercado e no estudo do público-alvo. Desde que o consultor tenha acesso a toda a informação, em menos de 30 dias poderá desenvolver a estratégia mais adequada ao negócio e ao mercado a atingir. Depois, basta desenvolver os conteúdos – úteis e relevantes para o potencial cliente – e disponibilizá-los no website, nas redes sociais e através de promoções pagas, especialmente através do motor de busca Google.

Em menos de um fósforo está a comunicar para novos clientes e fazer novas vendas.

 

Foto: Firmbee.com on Unsplash

Internacionalizar é uma maratona e não uma corrida de 100 metros

 

As empresas procuram vender mais, em mais mercados e a mais clientes. Graças à Internet – a maior revolução do final do século passado – uma micro ou pequena empresa tem as mesmas possibilidades do que uma grande empresa. Basta ser criativo, definir bem a sua estratégia, identificar os potenciais clientes e construir uma mensagem adequada para atingir os objetivos.

Ter um website já não é um investimento proibitivo. Registar um domínio e contratar uma empresa onde alojar o website custa menos de 25 cêntimos por dia. E a construção do website pode oscilar entre o gratuito ou pouco mais do que 2,5 € por dia.

O mais importante, contudo, não é a parte técnica ou tecnológica. Aquilo que continua a fazer a diferença, a impactar com as pessoas, a conquistar clientes e a originar vendas são os conteúdos, cuidadosamente preparados.

As empresas ao procurarem vender nos mercados internacionais devem ter em conta algumas variáveis essenciais:

  • O produto ou serviço a vender é adequado ao mercado potencial? Qualquer produto ou serviço deve ter como objetivo resolver um problema do cliente ou consumidor. Identificar qual é esse problema deve ser uma das primeiras tarefas da construção da estratégia de marketing digital.

 

  • O website e a comunicação estão na língua do cliente? Pensar que todo o mundo fala ou percebe inglês, espanhol ou até mesmo português é um erro que deve ser evitado. Se o produto ou serviço é destinado ao mercado alemão, o website e a comunicação dever ser elaborada nessa língua. Resulta mais conveniente ao consumidor, logo gera maior empatia e facilita a venda.

 

  • A empresa tem presença ativa das redes sociais certas? Estar no Facebook, uma das maiores redes sociais do mundo, não é suficiente, se os clientes de um determinado mercado utilizarem, maioritariamente, outra rede, como o Telegram ou o TikTok. Estudar bem o mercado-alvo é o primeiro passo para definir a estratégia mais adequada para comunicar com o potencial cliente.

 

  • Fazer publicações esporádicas, sem estratégia e de forma aleatória produz resultados? Por milagre, pode acontecer. A Internet privilegia a regularidade, a persistência e a coerência. É possível alcançar resultados em pouco tempo, mas habitualmente estes só acontecem ao fim de um ano de trabalho. O Marketing Digital não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona.

Antes de iniciar o processo de internacionalização, contrate um consultor especializado em marketing e internacionalização, aclare bem a sua estratégia, defina os seus objetivos e analise as suas mais-valias face à concorrência que vai defrontar. Prepare-se para investir numa experiência longa, trabalhosa, mas muito proveitosa.

 

Foto: Braden Collum on Unsplash

Lecionar Marketing Digital em Mobilidade Erasmus (Reims, França)

A Universidade de Reims, em França, acolheu-me em dezembro de 2021 para lecionar Marketing, Comunicação e Marketing Digital, a três turmas do programa de Masters de Marketing e Vendas da Faculdade de Ciências Económicas, Sociais e de Gestão. Esta escola dos arredores de Paris, em plena terra do famoso Champagne, ministra estes cursos orientados para o Gosto e Luxo e para a Comunicação, com alunos oriundos de toda a França e, inclusivamente, alguns estrangeiros de países francófonos.

LuisBrancoBarros_Erasmus_Reims06-300x169 Lecionar Marketing Digital em Mobilidade Erasmus (Reims, França)LuisBrancoBarros_Erasmus_Reims05-300x169 Lecionar Marketing Digital em Mobilidade Erasmus (Reims, França)

 

 

 

 

A maioria destes alunos emergiu interessada, motivada e a saber o que ambiciona para o seu futuro. As três aulas decorreram num ambiente cordial, com muitas perguntas e vontade em aprender.

LuisBrancoBarros_Erasmus_Reims01-300x169 Lecionar Marketing Digital em Mobilidade Erasmus (Reims, França)LuisBrancoBarros_Erasmus_Reims04-300x225 Lecionar Marketing Digital em Mobilidade Erasmus (Reims, França)

 

 

 

 

Esta mobilidade, na qualidade de professor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico do Porto, foi-me permitida pelo programa europeu Erasmus. O objetivo deste programa é permitir a mobilidade de professores, trabalhadores e alunos do Ensino Superior a outros estabelecimentos de ensino na Europa.

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Um agradecimento muito especial à Delphine Fery, Vice-Reitor para as Relações Internacionais, e ao professor de Marketing Remi Evrart, as duas pessoas que me receberam em Reims e procuraram que me sentisse em casa. Estive, ainda, reunido com o responsável máximo da Faculdade, Jean-Francis Ory, numa conversa muito útil sobre o sistema de ensino francês.